Capítulo 1: Trabalho Extra

Olhou pra ela sem entender o que ela disse. -Ee? -Ela tocou seu rosto num carinho em cima de sua cicatriz. Não era um local comum de sentir toques e foi algo bem diferente o fazendo arregalar um pouco os olhos, mas logo em seguida voltando ao normal ao sentir a sensação estranha da cicatriz acalmar. Ela do nada passou a falar algo que talvez estivesse se abrindo com ele, mesmo sem entender o que era aquilo. Ela explicava sobre uma outra cria que teve, e o fim que teve ao seguir sua curiosidade, mas também lhe dizia sobre um garoto que mostrou a ela que humanos e parasitas conseguiam viver em harmonia. -Imagino o que passou. Mas isso me faz pensar que vocês tem sentimentos, só não entendem ou o seu lado racional é tão aguçado que acaba atrapalhando senti-los de fato. A curiosidade é uma emoção, mas a partir do momento que você sabe que está curiosa, ela se torna um sentimento. Da mesma forma o medo ou desejo de proteger uma cria. Resumindo melhor... A emoção é sentir algo inconsciente, é puro, e o sentimento é o racional em cima da emoção. -Tentou explicar como funcionava aquilo. -Isso não quer dizer ter fraquezas... Mas existem ocasiões que o sentimento ajuda a atravessar e outras que ele atrapalha, como no meu trabalho. Por exemplo, como esta luta que eu tive com o Yatogami, o sentimento me tirou daquela batalha, a emoção medo me fez perceber que se eu não recuasse iria morrer, a partir daí a emoção vira sentimento. -Completou sorrindo de leve, se ela tinha instinto de sobrevivência então ela sabia o que era medo de morrer. -Não acho que estamos numa boa posição pra fugir da Cadmus por vários motivos. Só nos dará mais trabalho num momento que não me sinto forte o suficiente pra nos proteger. -Diria a ela sobre sua ideia de tentar fugir, mas imaginava que ela não tinha aquela hipótese definida, principalmente com sua inteligência. Por algum motivo seus olhos tinha um brilho diferente, humano, o que o fez olhar mais intensamente, porém além disso o faria lembrar-se daquela mulher loira. -Hanabi... ka? -Murmuraria o nome dela instintivamente quando o mesmo viesse em sua mente.

O carro parecia parar, mas uma energia se intensificou do nada, dando míseros segundos pra dar uma rápida empurrada em Reiko, fazendo o carro ser retalhado ao meio, deixando-os separados. Um cara falava de forma confiante, sua voz era desconhecida, mas assim que o encontrou, reparou no buraco na barriga e a máscara de hollow, apesar de estranha... -Chi... Primeiro não sou pivete... Segundo, não sou nada desse tal Aizen. -Falou enquanto se levantava da poltrona do carro desembainhando a katana. Então ele estava vendo sua luta contra Yatogami? O que acontecia afinal? Parecia até que estava sendo caçado... -Você é o que? Um Hollow defeituoso? -Perguntou apontando pra ele. -"Oh, dominador! A máscara de carne e sangue, todas as formas, bata suas asas! Aqueles que foram coroados com o nome "homem". A luz que parte ao meio sonhos e esperanças! Uma nova luz aparecerá e acabará perfurando as trevas!" Hadou no Yon: Byakurai! -Citou o encanto e em seguida o nome da magia e seu dedo logo brilhou disparando um raio na direção do Hollow. Ele estava atrás de si, não de Reiko... Só a usou pra chegar nele. Caso ele ficasse paralisado, iria iniciar seus ataques de perto, saltando pra onde ele estava.

Ações escreveu:

1ª ação: Hadou no Yon: Byakurai (Momento/Efeito) Rank F
“Encanto: Oh, dominador! A máscara de carne e sangue, todas as formas, bata suas asas! Aqueles que foram coroados com o nome "homem". A luz que parte ao meio sonhos e esperanças! Uma nova luz aparecerá e acabará perfurando as trevas! ”
Atira um trovão do dedo indicador.
Bônus: +15 BDM
Efeito: 50% de chances de causar paralisia
Custo: 25 SP

2ª Ação: Ataque
3ª e 4ª : Esquiva.

Caso ele fique paralisado usar todas as outras ações pros ataques (3 ataques).

O hadou não fez efeito, porém, ainda sim, se aproximou pra um golpe certeiro, novamente aquilo de não saber o que acontecia e ainda sim ser caçado por alguma razão, mais ainda, Aizen parecia estar no meio daquilo indiretamente. Ele ficou parado e recebeu o golpe de sua katana, fazendo só um arranhão, este que rapidamente cicatrizou. -Chi... -Antes que se afastasse viu outra katana atravessar o peito dele e assim que mirou o desconhecido, viu Yato atrás. -Yatogami...? -O que ele fazia ali? Estava surpreso e quando ouviu aquela mesma oração usada ao dar o golpe final em sua luta contra ele, se afastou. Aquele cara de cabelo azul parecia ter ficado em pânico, certamente sabia quem era Yato. O golpe veio, tão feroz quando foi consigo... Era de fato avassalador, mas num ultimo segundo ele ainda conseguiu fugir. Nesse instante outro portal se formou e pegou Reiko, a levando pra algum outro lugar. -Reiko! Droga! -A espada dele se tornava um garoto jovem. -Yo Yato-san, garoto. -Sorriu amarelo com a presença do rapaz, mas estava aliviado por ele estar ali, mesmo que não fosse seu objetivo, ele tinha salvo sua cabeça de novo. -Imagino que seja estranho um pedido desses, mas poderia me ajudar a encontrar minha companheira? Não conheço nada dessa época. -Perguntou sem graça coçando a bochecha com um dedo e depois guardando a espada. -Er... Sobre nosso encontro anterior... Obrigado. -Sabia que se ele quisesse matá-lo mesmo teria feito. -Você chamou o Hollow estranho de Arrancar? -Nunca tinha escutado tal nome, mas aquele hollow ou seja lá o que era, sabia de Aizen. Seguiria ele caso permitisse que fosse junto, se não ficaria por ali e tentaria se virar.

Pelo visto a garota estava bem no final. O garoto não confiava nele, e sorriu com o comentário dele, como se ele fosse capaz de matar Yato. -Uma graça o garoto. -Comentou ainda sorrindo, mas logo voltando à seriedade. O silêncio dominou ambos a princípio, e estavam numa rua onde tinha um parque e algumas crianças atravessavam a rua com a ajuda de uma mulher mais velha. Além disse alguns adultos olhavam pro que restou do carro. Foi quando Yato começou a falar, explicando o que era aquele hollow diferente. Então ele era uma evolução? Como podia um hollow virar um shinigami? Isso o deixou chocado e surpreso. Yato o encarava agora, dirigindo uma pergunta a ele. -Eu não queria te matar antes, se quer saber... Eu não lembrava quem você era, e não era como se eu tivesse escolha naquele momento. -Responderia relaxado, não havia pra que mentir sobre aquilo. -Como eu disse antes, alguém ou te quer morto ou capturá-lo. Essa tal Cadmus... Na real, eu pouco lembro de algumas coisas depois dessa cicatriz, então estou bem confuso como as coisas estão se desenrolando até então. -Comentou se abaixando e pegando um pedaço de vidro no chão. -Cadmus sabe sobre a garota... A tal Hiyori... Pareciam interessados nela, como sendo uma possível isca pra você. -Disse mais sério voltando a fitar Yato. -Eles me usaram naquela luta pra analisa-lo. -Terminou de falar voltando a ficar em pé. Queria ter dito aquilo antes pra ele, mas não tinha muitas informações, e agora precisava de um aliado pra ajuda-lo a procurar Reiko.

Sorriu amarelo com a resposta dele. -Mas eu fiz minha escolha quando fugi, eu não te matar ou não morrer tentando foi uma quebra de "contrato" por assim dizer... -Afinal ele ainda era Yaboku, até mesmo seu olhar de gelar a espinha. -Eu devia ter dito antes, mas não sabia como e muito menos como sair de lá. -Terminou respirando fundo. Yato começou a falar sobre os tais Arrancars, Cadmus e Soul Society. -Hã? Cadmus está controlando esses trecos? Isso não bate... O tal Aizen é alguém grande na Cadmus, ele quem me prendeu lá. Aquele Arrancar não parecia compactuar de um respeito por ele, ou não tentaria me matar. -Comentaria abertamente com Yato. -Pra que eles me pegariam de novo se eu nem fugi ainda? -Perguntou confuso com o que acontecia de fato. -Ela trabalha pra eles... Nada disso está batendo. -Terminaria ouvindo pra irem e não chamar atenção. -Não chamo atenção nem de uma mosquinha. -Sorriu seguindo Yato pelo mesmo caminho que o garoto foi. -Vamos dizer que fiz minhas especulações e meu dever de casa, mas só tenho dois dias que saí da prisão "um" pra prisão "dois", então... Estou bem desatualizado. -Falou fazendo um com a mão e depois dois ao levantar o dedo do meio. -Então eu voltei numa época de guerra? Ts que complicado... E você sabe de um tal Kurenai Otoya? -Falava baixo pra não chamar atenção como requerido por Yato.

Ele não sabia quem era Otoya ou não queria dizer se sabia de algo, mas não era momento de duvidar dele naquele momento. Yato tirou algo de seu casaco, era um objeto estranho e ele desembrulhou um treco barulhento e colocou a bolinha na boca. Havia um palito fincado nela, o qual ele puxava ela pra fora da boca. -Bala? -Perguntou olhando pro treco e em seguida estendendo a mão pra experimentar. Deve ser bom, não? Imitou o que o outro fez retirando o embrulho barulhento e olhou pra bala analiticamente pra depois pô-la na boca e soltar um "huuummm..." Era interessante seu gosto, certamente artificial, mas era bem doce e agradavelmente grudento. -Planos de fugir? Ela comentou algo no carro, mas duvido que ela estivesse realmente cogitando isso sendo da raça que ela é e diante das circunstâncias atuais. -Respondeu colocando as mãos nos bolsos do sobretudo. -Ela é aliada da Cadmus, mas ela é mais aliada dela mesma do que qualquer outra pessoa ou clã. -Disse ainda sério prestando atenção no doce em sua boca. -Fora que se eles são aliados da Cadmus, ele não deveria querer me matar só por eu ser "o pivete do Aizen", como ele disse... Tchi... Como se eu fosse pivete de alguém... -Resmungou movendo a bala de um lado pro outro da boca, sorrindo ao fazer isso. -Hollow inteligente... Com a força e resistência de um shinigami... É... Dá uma boa briga e eu ainda não estou em minha plena força de antes... -Não seria prudente lutar contra um deles no momento, e foi de fato sorte Yato estar lá. -Tenjin? Você diz a divindade do aprendizado? -Ele andava completamente relaxado, simplesmente não se sentia ameaçado caso alguém tentasse atacá-lo, pelo que se lembrava era o total oposto do que já foi. -O que vamos fazer lá? -Perguntou por ultimo olhando pra onde ele olhava eventualmente, pras vitrines e pras garotas, e deu um tchauzinho na caras delas sorrindo. -Estou bem intrigado com uma coisa... Aquela garota... Hiyori to omou... Ela era humana, mas tinha uma cauda estranha e nos via... O que houve com ela? -Perguntou depois de algum tempo em silêncio.

Olhou sério pra Yato enquanto este lhe respondia o que perguntou. -Que ela é importante pra você é visível até pelo mais burro... Esse é o problema, Yato-san, eles sabem que ela é importante, só não sabem o quanto e muito provavelmente vão querer usar isso a favor deles. -Disse ainda sério, mas dando o risinho no final, colocando a manga larga no sobretudo na frente da boca. -Não concordo com isso, e também não quero você preso naquele inferno, muito menos eu voltar pra lá tão cedo... -Comentou por alto. -Talvez o fato de eu ter ficado muito tempo parado tenha sido algo bom no final, eu sigo as antigas ordens do livro da morte e prezo pelo equilíbrio. -Voltou a seriedade olhando Yato sereno apesar dele o encarar daquele modo assassino de antes. -Eu só sei que um lado quer me obrigar a obedecê-lo ou me matar, o outro quer uma aliança destrutiva e minha companheira queria ajuda por ajuda, como uma mão lava a outra. Você eu não sei, mas no momento não é como se eu tivesse outra escolha, então vamos dizer que minha confiança em ti seja a mesma que a sua sobre mim, Yato-san. Eu não te matei, você não me matou, e teve a oportunidade duas vezes, uma ontem e outra hoje... Vamos dizer que estamos neutros. -Disse sendo lógico. -Eu não sou suicida, sei o quanto forte você é e onde estou entrando no momento. -Falou assim que chegaram na frente da casa e o tigre falou, em seguida Yato e riu pra dentro mesmo com o tigre o olhando enquanto entrava atrás de Yato. Nisso tiraria a katana do obi e com uma mão, sendo a mesma do lado do tsuka (cabo), numa forma que não teria como tirá-la, e a estenderia pra ele.