Rua West Racc

Com tudo resolvido e os três fora da nave, seria a hora de se separar, e dessa forma, assim que saíssem do prédio, tomariam direções diferentes. John iria pra cima, na direção do hospital e T'challa com Liliana iriam pra baixo, para a prefeitura. Agora ali em baixo, eles não só sentiriam o cheiro de carniça como também algo junto, um odor peculiar e que dava certa ardência no nariz, mas nada que incomodasse. Além disso, eles também reparariam no quão quieto aquela área estava, de fato era um local que ainda se manteve seguro após a ultima limpeza.

A dupla foi para baixo e de início reparariam que estava bem tranquilo. Haviam algumas barreiras policiais, como se tentassem conter algo sem muito sucesso, pois estavam em grande maioria quebradas ou deslocadas, além de carros e motos abandonados de qualquer jeito, sinaleiro piscando amarelo, sujeira pelo asfalto junto com sangue e restos de carne humana. As árvores estavam todas mortas, em grande maioria caídas e o cheiro de morte só piorava conforme se afastavam do prédio. -Aqui ainda é uma zona segura, mas não devemos relaxar... -Diria a bruxa atenta ao redor. Aquele fedor iria afetar o olfato do Rei, de tal maneira que ele poderia sentir certo embrulho no estomago e dessa forma ele não saberia dizer se haveria inimigos mais adiante ou não. Eles seguiriam pela rua que seguia do próprio prédio, numa linha reta pra baixo, porém quando chegassem na metade do caminho, próximos ao West Park, eles escutariam um som que parecia ser o barrir de um elefante. -Isso não pode ser coisa boa... -Diria ela e quando se virasse, daria de cara com um elefante correndo em sua direção. Ele não era normal, sua pele estava deteriorada, pedaços de carne faltavam e até se desprendiam dele, caindo no chão. Além disso, ele tinha longas presas e duas trombas.

Você escreveu:

Bolinha verde

Dados

Ela só conseguiu saltar, desviando do gigantesco elefante que corria desenfreadamente, indo diretamente pra T'challa, que se defendeu com suas mãos com extrema agilidade e destreza, continuando a sequencia de defesas mais duas vezes. -Não é assim que funciona! Não dá pra fazer isso tão rápido, segura ele enquanto eu tento controlá-lo! -Diria a maga, com uma energia negra ao seu redor, concentrando cada vez mais. Conforme a maga se preparava pra tal feitiço, o elefante atacava T'challa que se defendia, agora com a lança, porém ele começou se movendo de forma imprevisível e com o chifre acertou T'challa na barriga, batendo com o meio do chifre, e em seguida com a tromba nas costas. Contudo em seu próximo golpe, quando tentou pisotear T'challa a maga lançou o feitiço enquanto que T'challa usou sua lança pra se defender e acertou-o com a ponta da mesma na sola da pata gigante, o desequilibrando e derrubando-o. -AGORA!!!! -Falou a moça enquanto que o leão avançava ferozmente contra o animal fétido e conforme cortava ele não sentiria qualquer resistência da carne podre, soltando-se dos ossos e consequentemente fazendo alguns órgãos existentes se derramarem pelo chão, empesteando mais ainda a rua com o cheiro de podridão. O elefante custaria, mas conseguiria se levantar. -Acho que consegui controlá-lo... -Diria a maga suando, o elefante estava calmo. -Mas só conseguirei manter ele. -Continuaria ela subindo na cabeça dele com ajuda da tromba.

-Ele não tem como sair do meu controle. -Diria ela empinando o nariz logo em seguida, deixando o ex-animal parado para que T'challa pudesse examiná-lo. Com seus conhecimentos distintos, T'challa se surpreenderia com o estado decomposto do animal, ainda mais, como ele conseguia se mover e ter tamanha força com sua carne e órgãos em estado deplorável. Porém, analisando mais empenhadamente, ele notaria certa magia de leve, como se saísse da carne decepada do corpo original, como se aquela magia voltasse pra algum lugar. Esta, no entanto, era negra e desapareceu por completo das partes que analisava. Usando seu dom no elefante ele veria algo ainda mais espantoso, era a energia de Gaia, branca, aprisionada por uma energia negra intensa, que parecia usar daquela força da vida como se a controlasse, porém além disso, ele veria outra energia de coloração roxa, que parecia se prender na barreira negra em volta da branca. Essa energia branca se localizava na cabeça do elefante. -E aí garotão? Descobriu algo de útil? -Perguntou a necromante impaciente com a demora dele.

Liliana ouviu o que ele dizia e meneava com a cabeça. -Bem, é assim que necromancia age quando se cria um zumbi. Eu imaginava que esse vírus tivesse algo mágico no final, mas não tenho como falar uma hipótese pra eles sem ter uma prova concreta. O mesmo vale pra você... Enquanto não tivermos provas de como esse vírus foi projetado, será difícil eles usarem somente uma solução. Além disso a amostra do vírus que conseguimos não continha nenhum tipo de magia, e seu relato explica muita coisa... Fora isso, não encontramos os documentos de como esse vírus foi feito e nossa ala científica não conseguiu determinar sua criação. -Diria ela com um humor melhor que antes, como se fosse outra pessoa. -Só que por causa dessa magia, eu só consigo controlar esse elefante... Talvez se fosse humanos eu conseguisse controlar mais deles... -Comentaria  descendo dele após T'challa dizer que ele seria usado como isca. -Certo, você quer que eu o mande pra algum lugar? Não pode ser muito distante de mim, mas consigo manter o controle por uma certa distância. -Diria ela enquanto andava seguindo o Rei. -Por que estamos indo por aqui? É mais distante... -Perguntaria ela enquanto eles se dirigiam para uma ruela que ao invés de descer pra onde teriam que ir, ela era horizontal. Desceriam por uma outra ruela, desta vez indo para o sul e novamente virariam para a direita, chegando numa grande avenida chamada Raccoon Bypass. Nesta, haveriam alguns zumbis menores e que veriam o elefante, porém não ligariam pra ele. Tanto T'challa quanto a bruxa conseguiriam passar pelos zumbis, que eram por volta de dez, e chegariam na prefeitura. Contudo o leão poderia reparar em algumas aves estranhas pousadas nos cabos de energia do lugar, nenhum dos dois conseguiria distinguir que tipo de ave era, suas plumas estavam desgrenhadas e cheias de sangue, o que fazia sua cor ser rubi, sua bico estava maior, seus olhos negros e  suas garras bem grandes. Elas pareciam tomar conta do lugar. A prefeitura estava diferente de todas as outras casas das ruas que passaram, pois a maioria das janelas estavam tampadas com madeiras, sua porta de entrada também, e muitos corpos de zumbis estavam caídos no chão, todos em média com tiros na cabeça ou retalhos de espada, e T'challa saberia mais além, somente uma katana faria um corte daqueles. Além da morte em si, as plantas também estavam mortas, árvores e gramas de toda a cidade.

Liliana ficou quieta enquanto o leão falava, aceitando o plano que iniciariam a seguir. Assim que o elefante avançou correndo pelo meio dos zumbis menores, a dupla conseguiria passar por eles até um prédio em ruínas e observar dali o que acontecia. O elefante pisoteava, batia com seus chifres nos zumbis e com suas duas trombas pegava alguns em os partia ao meio. Uma cena bem nojenta de assistir, visto que os corpos deteriorados não fariam resistência e os poucos órgãos que ainda existiam dentro dos corpos caiam ao chão e algumas vezes banhando a cabeça do elefante de sangue e restos podres. Além da visão, o cheiro de carnificina aumentou devido a dilaceração correndo solta. Para a sorte da dupla esse alvoroço chamou atenção dos pássaros, que ficaram vidrados olhando para aquele local.

Local escreveu:

Você está no prédio ao lado da prefeitura, são escombros com paredes quebradas e chão não muito estável. As paredes que dão pra ruela das aves estão parcialmente inteiras, os vidros quebrados.

Os dois se manteriam escondidos, porém T'challa decidiria avançar contra os pássaros enquanto estavam distraídos e dessa forma ele mudou sua aparência, ficando com sua energia mais fortalecida e atacou as aves. Nenhuma delas teve qualquer chance e o máximo que as mais distantes conseguiram fazer foi tentar fugir, como qualquer pássaro normal. Porém, assim que ele matou todos os pássaros o cheiro de carnificina aumentou muito mais, como se ele tivesse matado 100 urubus, o que faria aquele odor se tornar insuportável pra ele. -Eu não sinto cheiros, então nem imagino o quanto esteja ruim isso. -Disse Liliana enquanto olhava para as aves mortas sem nem ter se movido. Enquanto isso o elefante terminava de limpar a rua e caía no chão com sua estrutura completamente destroçada pelos outros zumbis.

-Humm... Não consigo imaginar, desculpa. -Disse sorrindo amarelo. -Não é como se eu tivesse sentido cheiros em algum momento de minha vida. -Completou ela enquanto o via voltar à forma humana. -Você é uma graça sabia? Acho os leões ótimos animais, além de fortes. -Diria ela olhando de esguelha e sorrindo, enquanto andava na frente rebolativa. -Hum, é uma pena mesmo que ele não tenha resistido... -Concordou com ele enquanto entrava no quintal da prefeitura. Não havia nada por ali, nem morto nem vivo, como se nem almas existissem naquele local. As portas e janelas estavam completamente tampadas por tábuas, algumas arranhadas por fora com sangue e restos de unhas, porém firmes e fortes onde foram pregadas. Não haveria mortos no chão também, contudo ele poderia sentir que o sangue dos mortos banhavam aquela terra, a tornando escura e sem vida. Algumas sujeiras remanescentes de uma cidade movimentada ainda jazia espalhadas pelo chão como potes de embalagem de comida, garrafas pet e de vidro, sacolas... -Creio que não será problema pra você quebrar essas madeiras, né? -Perguntaria pra ele de forma baixa olhando pros bíceps dele. -Você acha que ainda existe alguém vivo nessa cidade? -Perguntaria novamente ainda falando baixo e tentando ser furtiva tanto quanto ele.

Liliana riu. -Não é como se eu alguma vez já tivesse sentido algum cheiro, então não sinto falta. -Diria ela sorrindo. -De fato muitos da minha linhagem tem problema com os odores, foi uma dádiva eu ter nascido com esse "problema". -Continuava ela, falando baixo, porém com a mesma entonação de antes. Quando ele falava sobre sua pretendente, ela arregalou os olhos e fez feição de tristeza após. -Que pena! Espero que ela seja tão boa quando você, ou será um desperdício... -Dizia com o sorriso murcho. -Mas se caso não for aquilo que pensa, é só me chamar que ficarei à disposição. -Diria ela dando uma piscadela pra T'challa e um sorriso de lado. Assim que chegassem próximos das janelas, ele começaria a retirar a madeira presa com certa facilidade, porém a madeira não estava muito resistente e ao fazer força, ela se quebrou no meio fazendo um estalo alto. Liliana mordeu os lábios ao ouvir o som alto da madeira ecoar pela rua e ficou em alerta caso algum inimigo aparecesse. -Olha, agora que fez barulho vai logo pra entrarmos o quanto antes. -Diria ela próxima dele. Não demoraria mais pra tirar as outras madeiras, podendo abrir a janela para entrar.

Se for entrar realmente, poste aqui.